Memórias do Lirismo de Fh
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Amor, esperança e vida
quinta-feira, 19 de julho de 2012
"Too much silence can be misleading..."
Lugar perfeito para se pensar... Tinha que registrar! |
not hold them from you'd
know all of the things that i'd know
we told each other, there is no other way"
quarta-feira, 7 de março de 2012
Don't you shiver?!
O melhor da dor é o deixar de senti-la. Quando as lembranças que tanto causaram sofrimento já não mais nos desconsertam, aprisionam ou fazem chorar, um ciclo foi concluído, uma página foi virada.
sábado, 8 de outubro de 2011
Bilhete em papel jornal
As vezes tudo se perde. Uma música, antes dolorosa e insuportável, é novamente apenas mais uma canção. Perfumes esvaecem, imagens desbotam. É o amor que agoniza, enfim. Um último suspiro ensairá, mas por falta de platéia, não poderá encena-lo. Estárá morto em poucos segundos.
Talvez não imagines como é isso de amor morrido. Se achas que é paz, a inocência perdida por fim recuperada, engana-te. Ao contrário, é um peso dentro da gente, um algo que não te abandonará por mil anos. Cicatrizes são para sempre e as tempestades de dentro não se apagam com um sol apenas.
Nada volta ao mesmo lugar. Solo que abrigou guerra jamais volta a ser o que era antes. Terras arrasadas!
Um dia entenderás tudo. O peso não sairá do teu peito e a triteza ainda te assaltará soturnamente. Mas saberás que não tivestes culpa, que não havia outra opção, tinhas que te entregar. Resistir por mais alguns segundos de nada adiantaria.
Nesse momento, se ainda for capaz, se ao menos isso te restar, desce à praia, procura a margem daquele rio e chora. Tuas lágrimas serão, então, o mar - imenso, eterno e solitário.
Não apagarás de todo o que vivemos. A diferença é que com perfumes esvaecidos e imagens desbotadas, estarei ainda mais em ti. Não mais como um rosto ou cheiro gravados na memória. Serei, então, parte de ti, pedaços do teu ser. Me esquecerás, mas jamais deixarás de me sentir.
Fique calma - isso será apenas o fim.
Depois, virá o começo, um novo. Desejo que não tenhas medo.
Com amor,
ainda,
domingo, 3 de abril de 2011
O sonho do Menino
Não estava infeliz. Tinha sua família, seu trabalho, algum dinheiro guardado na poupança e, acima de tudo, confiava em um Deus. Estava apenas cansado, não queria mais ser o mesmo, pensar o mesmo, agir da mesma forma. Pela primeira vez em sua curta e não tão nobre existência, queria menos da vida. Ele precisava de um tempo só. Diferente das outras vezes que estivera em crise, a solidão desta vez não seria empregada em profunda divagação sobre a vida. Precisava mesmo apenas ficar só, dormir só, caminhar sozinho.
Contudo, era um menino (quase homem) com muitas responsabilidades, parte delas bem desnecessárias. Não seria tão simples desatar os compromissos assumidos. Teria de aguentar, em silêncio a balbúrdia que o cercava. Estaria mais pálido a partir de então, sem a força e entusiamo tão característicos, mas ainda assim, estaria lá, cumprindo seu papel, por mais que já não acreditasse nele.
Um momento, porém, possui de alivio naqueles dias. Ao deitar, todas as noites, em pensamento se transportava para uma praia distante. Ali moraria. Não deixaria seu trabalho, família e tudo mais. Não. Mas a vida seria diferente. Já que passara a querer menos do mundo, almejar postos mais baixos, tinha o direito de viver mais e ser mais feliz. Agora, no trabalho faria horário comercial, dos cargos e posições se livraria, das reuniões tão tolas e improdutivas não mais participaria. Seria, enfim, um menino de novo, capaz de transmitir nos olhos a certeza que o melhor do viver é, apesar de tudo, sonhar.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Natal em meu Castelo de Lego
Natal sempre me foi uma data estranha. O que acaba de passar, no entanto, foi um pouco diferente.
Estive os últimos dias, depois dos meses turbulentos desse segundo semestre, em tempo integral com minha família. Sem ter deixado de conviver com meus familiares, tive a nítida sensação de estar voltando de uma longa viagem, de desconhecer os detalhes do cotidiano de minha irmã, os problemas da empresa tão constantes nas conversas de meus pais.
Vivi esse ano muito intensamente os desafios da faculdade, os problemas dos amigos. Vivi em um outro mundo, convivi com outras pessoas. Viajei bastante, acompanhado por Deus encarei o desconhecido, aprendi muito. Assumi responsabilidades, alcancei objetivos almejados. Tomei decisões que feriram a alguns, de mim afastaram outros. Também fui ferido e apenas a poucos me mostrei nas horas mais tristes. O fiz na tentativa de não sufocar em meio a angustia, uma porção de medo e outra de decepção misturados a completa confusão.
Foram dias difíceis os que passaram, mas em que pude ser feliz. Aprendi lições que trarei na memória por toda vida. Quem sabe um dia as ensinarei a meus filhos...
De tudo que foi tristeza o que me resta agora é uma esperança florescente no por vir. Estar junto a Deus nas guerras travadas não evitou que fosse ferido dolorosamente durante os embates, mas possibilitou a cura sem deixar marcas, sem formar cicatriz.
Hoje, junto de minha família, acho que entendo um pouco melhor o que é Natal. Não ganhei presentes, nem os dei também. Esse é um hábito que nunca mantivemos. Porém, recebi algo de valor que não pude calcular, algo subjetivo que só agora, depois de caminhar sozinho pela praia deserta na manhã desse domingo, percebo.
Simplesmente compreendi que tenho uma vida perfeita. Tenho uma família unida, posso sentir Deus junto a mim, trago no peito uma esperança incansável, vejo um futuro cheio de oportunidades, adoro a profissão que estou seguindo, já provei do amor e estou pronto para amar novamente. Em suma, percebi que cada parte da minha vida está em seu lugar. É como se o castelo de Lego que, quando criança, tentava e nunca conseguia arquitetar, finalmente estivesse terminado, com cada peça devidamente encaixada.
Natal não deixará de ser uma data estranha em que um senhor de barba branca e barriga grande vestido de vermelho promete presentar os bons meninos no último mês do ano. Sinto, contudo, que os dezembros terão outro significado, outro valor. Será para mim, a partir de agora, o momento de observar e perceber que o castelo que construí é exatamente como desejava, e que permanece habitado por aqueles que verdadeiramente me fazem feliz.
Talvez, Natal seja apenas isso...
sábado, 27 de novembro de 2010
De perfumes, músicas e lugares esquecidos
Tenho sido só saudades nesses dias. Aquela música, um certo perfume, os lugares que me fazem lembrar de coisas que vivi me interpelam a todo momento. Vem a sensação que nunca consegui definir se boa ou ruim, se gostaria ou não de sentir.
É algo que sequer pede permissão para entrar no peito e, quando percebo, já me dominou por completo. Trazem de volta o que um dia acabou, alguém que há muito partiu. Nem sei como isso acontece...
As vezes acho que tudo não é mais que consequência de um clima mais ameno que domina esta época do ano. Dias de chuva me tornam melindroso, me deixam um tanto carente... Junta-se a isso essa atmosfera de fim de ano. As festas e comemorações, mais uma vez, só pioram minhas emoções. Tento lembrar como estava há um ano, em quem pensava, o que planejava. Inevitável nã calcular as perdas e ganhos do ano.
O que me deixa triste, agora, no entanto, é a certeza que há balanço negativo, desde já, este ano. Ganhei muito, é bem verdade: vivi mais intensamente, estou apaixonado por algo que farei por toda minha vida, conquistei o espaço que almejei... Perdi menos vezes, mas nos pontos mais valiosos: perdi amigos, pessoas a que amava, perdi um pouco da força que tinha, da esperança que me impelia.
Porém, de um modo ou de outro, continuo. Incompleto, com o que há de mais nobre em um viver sufocado, procrastinado. Forçadamente esqueço o que doeu nos dias que passaram. Os perfumes, músicas e lugares continuarão a me importunar, sorrateiramente continuarão a me assaltar, trazer um pouquinho da algia sentida de volta. Mas, aí, 'guento, me recolho em recordações, fujo em meus livros, me embalo ao som de um piano.
Depois que passar, nego tudo: nunca sinto saudades de ninguém, mesmo que a falta de um certo você tenha me inspirado a isso escrever.